quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Até sempre meu Benfica

Eu cresci a pensar que o Benfica era um dos grandes da Europa. No meu imaginário não existiam impossíveis para o meu clube. Os adversários à nossa altura eram os melhores da Europa porque nós também o éramos. Olho para a  história das competições europeias e reforço esta ideia com as estatísticas. Nós somos dos clubes europeus com mais jogos realizados, com mais vitórias, com mais finais e com 2  Taças dos Campeões Europeus ganhas. A três finais, tive o privilégio de assistir. Em nenhuma delas o Benfica tinha o maior orçamento e em nenhuma, das que eu assisti, éramos considerados favoritos, no entanto, fomos dignos, jogámos para ganhar e podíamos ter ganho. Fomos um grande, tivemos discurso de grande, jogámos como um grande e caímos como um grande. Este era o meu Benfica. Presentemente, somos um clube com discurso de coitadinho e com postura de clube pequeno. Somos um clube cujos futebolistas quando jogam com o Barcelona parecem um grupo de excursionistas. só faltando, mesmo, usarem máquinas fotográficas para registarem o momento para a posteridade. Somos um clube cujos técnicos, jogadores e alguns adeptos acham que não são do mesmo campeonato do Barcelona (discurso igual às equipas pequenas do nosso campeonato depois de jogarem com os 3 grandes). Com esta postura, o Benfica jamais ganharia as Taças dos Campeões Europeus. Nunca fomos favoritos, ninguém nos conhecia, mas isso não nos inibiu de ir à luta e desafiar as probabilidades. Ganhámos porque fomos audazes e confiámos nas nossas capacidades. Com esta postura ambiciosa, actualmente, só encontro o FCP e o SC Braga. Como pode um pai dizer ao seu filho que o Benfica é um grande e o Glorioso quando o clube, actualmente, é a antítese disto tudo. Não sou Vieirista, nem oposicionista. Sou Benfiquista do fundo do coração. Coloco o Benfica como um membro da minha família e tenho-lhe um amor ilimitado, por isso estou triste. Estou triste porque vejo o Benfica doente. Tenho medo de o perder, tal como o conhecia. Tenho medo de olhar para ele e sentir o que se sente quando se vê um familiar gravemente doente, com um aspecto muito diferente daquele a que nos habituou. Não quero desistir e não vou desistir, mas olho à volta e vejo muita gente conformada com a situação. Tudo isto deixa-me triste, muito triste, mas, provavelmente, também o Benfica seguiu o maldito ciclo da vida e estamos a assistir ao seu definhar. Jamais o esquecerei, sentirei sempre a sua falta. Adeus meu Benfica. Até sempre.