quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Em defesa do Benfica

Jorge Jesus é um excelente treinador. Para mim, o melhor a treinar em Portugal. Só um excelente treinador conseguiria colocar o Benfica a jogar da maneira como jogou na época passada. Só um excelente treinador conseguiria rentabilizar Di Maria, Aimar, Saviola, Cardozo, David Luiz, Fábio Coentrão, etc, como Jesus o fez. Não me lembro de ver o Benfica perder um jogo por falta de empenho dos jogadores, como, anteriormente, via amiúde. Só um treinador e um homem com grande capacidade e fé nas suas capacidades conseguiria lidar com o início de época de Roberto. Criticar quando se perde é fácil; dizer que Jesus é teimoso é apetecível, no entanto, as pessoas esquecem-se que é essa teimosia que faz dele um treinador especial. Para os mais distraídos basta recordar como Jesus resolveu o problema de Cardozo, na época passada, com as grandes penalidades; ao manter a confiança no jogador, o treinador ganhou um valor essencial para a conquista do campeonato. A maior parte dos treinadores mudaria o marcador dos penaltis. Agora, fala-se da teimosia em manter uma táctica para a qual não temos jogadores, no entanto, esquecem-se que o Benfica para rentabilizar dois dos seus melhores jogadores (Aimar e Saviola) tem que jogar em 4-4-2 ou 4-1-3-2. Aimar, na minha opinião, perde muito se jogar num meio campo a três ou, então, como segundo avançado; Saviola rende muito mais como segundo avançado do que como extremo. O que falta então ao Benfica? Faltam substitutos para Di Maria e Ramires. Gaitan, ainda, não tem capacidade para ser importante no lado esquerdo (quer a abrir em situações ofensivas, quer a fechar sem bola); Sálvio é um excelente jogador, mas quando joga ao mesmo tempo que Gaitan, desequilibra a equipa em situações defensivas (fica um meio campo demasiado ofensivo); Rúben Amorim seria a peça-chave neste meio campo mas tem estado lesionado desde o início da época. Na minha opinião, é o jogador, deste plantel, que mais facilmente pode ocupar o lugar de Ramires, equilibrando a equipa em situações de transição defensiva. Depois disto tudo, qual é a culpa de Jorge Jesus? Para mim, pouca. No limite, é a mesma de Fernando Santos quando se viu sem Manuel Fernandes e Simão no início da época. Quem construiu o plantel, não adquirindo um substituto para Ramires após a venda do seu passe e não tendo um substituto para Di Maria já integrado no próprio plantel (trazer um jogador da Argentina para Portugal com a responsabilidade de substituir Di Maria, logo de imediato, é brincar com o fogo!) tem que assumir a responsabilidade. Quando Jesus assume a vontade em atacar a Champions, de certeza que estava a contar com outros jogadores para o futuro plantel (provavelmente, houve jogadores que foram prometidos e que nunca vieram!). Atribuir a responsabilidade do fracasso ao treinador é o mais fácil mas não é o que o clube precisa. Os dirigentes têm que assumir que a época teve erros de planeamento e assumir que Jorge Jesus é o treinador para a próxima época, (os jogadores e os adeptos precisam de uma mensagem forte por parte do presidente) porque é o melhor treinador em Portugal. Em situações similares, mais a norte, já vi renovações contratuais com o treinador serem bastante profilácticas para o interior do plantel e resolverem potenciais problemas de liderança.

Foto retirada do site oficial do Sport Lisboa e Benfica