Não vejo qualquer problema pela falta de unanimidade de
opiniões no Benfica. Mal estaria qualquer instituição, seja ela clube,
país ou outra coisa qualquer, se todas as decisões tomadas pelos órgãos
decisórios tivessem que ser acompanhadas pela unanimidade da população
em causa. O Sport
Lisboa e Benfica tem direcções eleitas e com legitimidade para tomarem
as decisões que no seu entender forem as mais adequadas para o clube.
Cabe aos associados avaliarem o trabalho de gestão do clube nas
eleições e cabe às direcções explicarem devidamente as suas opções. Penso que isto é linear. Em relação às situações em causa, não
acompanho as opiniões daqueles que referem que a presença dos adeptos
nos estádios seja uma crítica à direcção. Cabe a cada adepto, em função
da informação cedida pela direcção, avaliar a sua escala de prioridades;
isto é, cabe a cada adepto avaliar se, para si, é mais importante estar
presente no estádio a apoiar a sua equipa ou faltar, e neste caso,
castigar os clubes cujas direcções pactuam com a falta de decoro
existente no futebol português. Na minha opinião, esta dicotomia de
opiniões acaba por beneficiar o Benfica, visto que permite à equipa ter
apoio nos estádios e, por outro lado, permite que os clubes visitados não
tenham a receita que, porventura, esperariam ter. Em relação ao segundo
aspecto, temos que ter em mente que, hoje em dia, os clubes mais
importantes do mundo precisam desesperadamente de encontrar novos
mercados para o desenvolvimento da sua marca. O mercado angolano surge,
assim, como uma oportunidade de ouro (eu diria que, em qualquer altura
da época desportiva). Com certeza que, a equipa técnica, irá encontrar o
equilíbrio necessário na gestão do plantel e irá reduzir ao mínimo
qualquer possível desvantagem desportiva. Em suma, na minha opinião
isto são pseudo-problemas.