terça-feira, 15 de maio de 2012

Nota aberta a Rui Gomes da Silva


Nota aberta a Rui Gomes da Silva,

Evitando entrar na discussão do péssimo e lamentável princípio de ver um dirigente do Benfica num programa de debate televisivo, queria deixar-lhe três notas:

1)  As suas intervenções provam as deficiências da estrutura profissional do futebol. As suas intervenções são sistematicamente fracas e sem qualquer tipo de conteúdo. São vazias de conhecimento.  O senhor não têm a mínima ideia do que é o Benfica, nem tão pouco o que é necessário para gerir uma equipa profissional de futebol que possa atingir a desejada hegemonia desportiva. Está convencido que é através de ataques públicos à arbitragem que vão impedir que o Benfica continue a ser prejudicado. Mas afinal quem deu o apoio incondicional a Vitor Pereira? Que trabalho está a ser feito no interface com outros clubes que possa impedir que por exemplo Sérgio Conceição, Pedro Emanuel, Nuno Espírito Santo e Fernando Couto, sejam treinadores na primeira Liga? Como explicar o caso Manuel Sérgio? Como explicar o escandaloso abandono da equipa de futebol e do seu treinador em Vila do Conde? Em alternativa a colocar nos media o Director de Comunicação  e o treinador a defenderem o indefensável, não teria sido melhor actuar na prevenção e verdadeiramente actuar numa plataforma de unidade? Quem encomendou as críticas públicas ao treinador Jorge Jesus que sistematicamente colocavam em causa a sua continuidade? Será que é o único culpado? António Carraça afirmou que é melhor ficar em segundo do que em primeiro com batota. Eu diria que é melhor ficar em primeiro e impedir que os outros façam batota. É isto que eu espero de uma retaguarda profissional. Com esta estratégia de propaganda o Benfica vai continuar a perder. O Benfica não ataca a verdadeira razão, ie a liderança ou a falta dela. O que me assusta nas suas intervenções é a incapacidade de reconhecer o verdadeiro problema. O seu ciclo terminou...o vosso ciclo terminou. 

2) Afirma conhecer o Senhor José Veiga. Conhece mal. José Veiga não está a por detrás de nenhum movimento de oposição. José Veiga tem ideias claras em relação ao futebol do Benfica e está disponível para um dia voltar. Não está obcecado pelo poder. O senhor é que está obcecado em atacar uma pessoa que serviu o Benfica com jogo rasteiro. Já que fez uma referência a José Veiga podia ter referido que em 2009 não descansou enquanto não conversou com ele sobre a necessidade de trabalhar uma alternativa a LFV. O senhor mudou de casaca por amor ao poder. Vê o Benfica perder e continua agarrado ao poder. Não fale do que não sabe nem fale pelos outros. Aqui não há testas de ferro. Há pessoas que sentem e conhecem o Benfica. Os senhores querem destruir o espírito democrático que sempre imperou no nosso clube. Tenho que reconhecer que estiveram perto. Fico satisfeito por verificar que jovens benfiquistas não se conformam. Regateiam e desmontam teses como a do milagre financeiro. Eles sim representam o verdadeiro espírito benfiquista. Não se conformam com a destruição dos valores do Benfica nem com um clube perdedor. O senhor em vez de substimar devia respeitar e refletir. 

3) Permita-me que eu lhe dê uma lição de estratégia. O problema do Benfica para além da liderança prende-se com uma estratégia errada. Enquanto o nosso principal rival tem uma estratégia de produto, ou seja, focada no futebol o Benfica pela mão do Sportinguista Soares de Oliveira tem uma estratégia de marca. Os senhores estão convencidos que a marca resolve tudo. Como dizia bem Manuel Sérgio, como é possível construir uma marca sem ganhar? Enquanto outros estão focados na equipa de futebol nós anunciamos protocolos com agências funerárias. Talvez este seja o vosso enterro.

Saudações Benfiquistas
Fernando Tavares