sexta-feira, 20 de abril de 2012

Política desportiva do Benfica

Se há coisa que me faz confusão no Benfica é a sua política desportiva. Nota: ainda está por provar a sua existência! Em primeiro lugar, não sei quem é o seu responsável. Às vezes, é o Rui Costa, outras, é o Vieira e outras tantas, é o Jesus. Já passámos a fase de relançar carreiras (Aimar, Saviola, Reyes), já nos aventurámos nos empréstimos (Reyes, Suazo, Salvio), continuamos a contratar miúdos sul-americanos como se não houvesse dia de amanhã, já apresentámos produtos da nossa formação, ainda que, depois, só sirvam para fazer mínimos para a UEFA e número nos treinos de conjunto. Enfim, é um ziguezaguiar constante que descredibiliza quem trabalha no clube. O departamento de scouting parece-me ser bom, uma vez que, normalmente, o porto consegue grandes jogadores à boleia da nossa prospecção. A ideia que transparece é a de um certo amadorismo, nesta área. Gostava que fosse esclarecido, inequivocamente, qual o rumo de orientação e qual o responsável. Gostava que o Benfica contratasse menos e melhor. Não percebo o porquê de se contratar camiões de jogadores sul-americanos (muito jovens e sem experiência no futebol europeu) que depois são recambiados sem que o clube recolha qualquer benefício. São exemplos: Kardec, Sidnei, Airton, Fernandez, Shaffer, Léo Kanu, Elvis, Felipe Menezes, Fellipe Bastosetc, etc... Não coloco no mesmo patamar Franco Jara, Enzo Perez e Éder Luís porque quando o Benfica os contratou já eram jogadores com destaque nos respectivos países e pareciam apostas seguras. Recentemente, descobrimos alguns jovens europeus e contratámos Wass, Carole, Lindelof, etc, etc... Espero, ansiosamente, o dia em que o Benfica contrate poucos jogadores com valor inquestionável (Witsel é um bom exemplo de uma aposta segura) para somar à base do plantel e que tenha como segundas linhas jovens portugueses da nossa formação, para poder lançar um ou dois por ano. Confesso, igualmente, que me faz confusão que o Benfica possa servir como uma placa giratória para transferência de jogadores. O Benfica tem que ser um fim e não um veículo para transferências. Para finalizar, e porque nem tudo está mal, concordo com o facto de se manter durante muitos anos um núcleo duro de jogadores, sendo exemplo disso mesmo, a permanência de Luisão, Maxi Pereira, Javi Garcia, Aimar, Cardozo e Saviola.