quinta-feira, 26 de abril de 2012

Relato da viagem a Barcelona


Visitei Barcelona pela primeira vez e fiquei fascinado com a cidade da Rambla. A organização desta viagem começou por altura do sorteio dos quartos e meias-finais da Liga dos Campeões. Como benfiquista sempre acreditei que o Benfica jogaria no dia 23 de Abril em Barcelona, coisa que, infelizmente, não se veio a concretizar. Aproveitei, no entanto, o motivo desportivo para embarcar com a família para a capital da Catalunha. Após mais uma viagem terrorífica de avião (com mais uma crise vaso-vagal à mistura) lá chegámos ao Prat (um aeroporto moderno e com fáceis acessibilidades). Apanhámos o comboio e posteriormente o metro até chegar ao hotel (HCristina) ao cima da estação de metro Diagonal. O hotel é de ** mas suficiente para passar uns dias em Barcelona. Bem localizado, barato e com boa limpeza. Para surpresa nossa, todos os funcionários são adeptos do Real Madrid. No primeiro dia, andámos de metro pela cidade (muito fácil a deslocação através do metro) e visualizámos a beleza da cidade e algumas peculiaridades: Barcelona é uma cidade com ruas e avenidas traçadas a régua e esquadro, com muitos espaços verdes e em que os habitantes se deslocam principalmente de moto ou bicicleta (skate e trotinete, também, são muitos utilizados). No final do primeiro dia descobrimos o mercado  de la Boqueria junto à estação de metro do Liceu e adquirimos o hábito de comprar copos de fruta, sumos, e sandes para, posteriormente, comer no quarto do hotel. 
No segundo dia, comprámos um bilhete para andar num dos autocarros turísticos da cidade. Esta opção, embora dispendiosa, tornou-se acertada visto que se tem uma visão global da cidade. Após este dia deu para confirmar que Barcelona é, realmente, uma cidade maravilhosa e onde se destaca o facto de não se vislumbrar um único prédio devoluto ou lixo nos passeios. Por outro lado, deu a ideia que a crise europeia ainda não atingiu estes lados, uma vez que não se vêm lojas abandonadas ou demasiados sem-abrigo nas ruas. Mais uma vez terminámos o dia a comprar comida no mercado e a jantar no quarto do hotel, vendo o Barça-Chelsea em directo. O facto mais relevante do dia acabou por ser a existência de confrontos entre adeptos dos dois clubes, por nós visualizados, nas imediações do Camp Nou e sob total beneplácito da polícia (este facto parece que não mereceu destaque na comunicação social).
O terceiro dia foi reservado para um sono retemperador da parte da manhã e para uma visita ao Camp Nou da parte da tarde. Sobre a visita ao estádio gostaria de realçar o facto de ser caríssima (22  euros). O estádio está bem inserido na estrutura envolvente mas não deixa de ser uma estrutura velha e feia, externamente. Por dentro, faz lembrar o antigo Estádio da Luz mas fez-nos, igualmente, pensar que o actual estádio do Sport Lisboa e Benfica é uma estrutura, eu diria, de um campeonato à parte, tal a sua beleza, modernidade e funcionalidade. A visita ao museu e sala de conferências de imprensa não me fascinou, no entanto, teve como aspecto positivo o facto de termos conhecido uma funcionária portuguesa, muito simpática, que trabalha para o FC Barcelona há 4 anos. Outro aspecto que me chamou à atenção foi a falta de desportivismo dos adeptos culés, antes e após o jogo com o Chelsea. Realmente, quando se ganha é fácil apresentar desportivismo. O dia terminou com a visualização do jogo do Real de Madrid (grande jogo e resultado mais do que justo) e com os comentários dos jornalistas espanhóis denotando aspectos verdadeiramente xenófobos para com Mourinho e Ronaldo. Quanto a Mourinho, eu tenho para mim que o melhor treinador do mundo, sendo português, devia iniciar um projecto no maior clube português, o Sport Lisboa e Benfica, de molde a reconquistar o que já nos pertenceu, por direito próprio, na década de 60.
Na quinta de manhã e após as normais despedidas no hotel, apanhámos os chamados aerobus, autocarros que fazem a ligação directa até ao aeroporto (5,60 euros). A viagem de regresso, felizmente, correu bem melhor, o que porventura não terá sido alheio ao alprazolam...